Em luta meu ser se parte em dois.
Um que foge, outro que aceita.
O que aceita diz: não.
Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é.
Agora. No que está sendo.
Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço.
Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem.
Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar.
Entrar nela significa viver.
Caio F. Abreu
terça-feira, agosto 3
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